O que é
interessante é que o dom de pastor é o mais comumente conhecido, porém o menos
entendido e o menos praticado. A palavra em grego traduzida por pastor é ποιμήν (poimen) e aparece 18 vezes nas escrituras.
Um pastor é
alguém que foi nomeado para cuidar do povo de Deus à mesma maneira em que um
pastor cuida de ovelhas (naturalmente falando), o que significa que ele está
supervisionando e observando o crescimento das pessoas.
Eis algumas
básicas analogias entre o pastor e a ovelha:
Uma delas foi a que Jesus disse:
“Minhas ovelhas ouvem a minha voz. Eu as conheço e elas me seguem”
(Jo.10:27) e "Eu sou o
bom pastor; conheço as minhas ovelhas; e elas me conhecem”
(Jo. 10:14). Então no que diz respeito ao cuidado do povo de Deus, existe uma intimidade
implícita e ela é: As ovelhas ouvem a voz do seu pastor...elas não ouvem a voz
de outro.
A palavra poimen
não pode funcionar em nenhum outro contexto que não seja de intimidade. Se
estivermos falando de administrador, sabemos que isso pode funcionar sem
intimidade. Se falarmos de um ‘professor’, isso pode funcionar fora do contexto
de intimidade, mas um pastor não.
Isso está muito longe da noção de pastor na
atualidade. A ideia seria que um pastor teria que realmente gastar tempo com
cada membro de sua congregação, saber dos seus problemas, conhecer os seus
familiares, saber dos seus ministérios, dos seus chamados e encorajá-los a
desenvolver o seu chamado. Infelizmente não é o que costuma acontecer.
A regra geral é que os pastores acreditam que
se apenas forem ao púlpito e pregar uma mensagem estarão alimentando as
ovelhas. Se fosse assim, deveriam ser culpados pela condição anêmica do povo de
Deus. O povo de Deus, de um modo geral, é biblicamente analfabeto. Falando de
forma geral, o povo não tem fé. São crianças na fé, não confiam em Deus. São
medrosos, desiludidos, assustados. Se isso é resultado do cuidado que eles
recebem, então não estão sendo efetivamente cuidados. Bom, mas se estivermos
falando de outra palavra que não seja “pastor”, então é explicável a falta de
intimidade, conhecimento e união.
Jesus conheceu os doze que o Pai deu a eles.
O verso de Jo. 6:70 mostra que Jesus conhecia a cada um deles. Por isso Jesus
podia ser considerado o “Bom Pastor”, por que Ele conhecia cada um dos que
foram dados a ele. Jesus não pediu, procurou ou pegou nenhum outro e, de fato,
quando foi dar conta ao Pai ele disse: Eu revelei a estes homens tudo a Seu respeito. Eles estavam no mundo,
porém agora o Senhor deu todos a Mim. Realmente, eles sempre foram seus, e Eu
os recebi porque obedeceram a Palavra do Senhor. Agora eles sabem que tudo o
que Eu tenho é um presente Seu, porque Eu transmiti a eles as ordens que o
Senhor Me deu; eles as aceitaram e sabem com plena certeza que Eu vim do Senhor
à terra, e crêem que o Senhor Me enviou. Meu pedido não é pelo mundo, mas por
estes que o Senhor Me deu, porque eles são meus. E todos eles, já que são Meus,
são Seus; e o Senhor os restituiu a Mim com tudo o que é seu, e portanto eles
são a minha glória! Agora Eu estou saindo do mundo, e deixando todos aqui,
seguindo para a Sua presença. Pai Santo, guarde-os com o Seu cuidado – todos
aqueles que o Senhor Me deu - para que, tal como Nós, eles sejam unidos, sem
falta de nenhum. Durante a minha permanência aqui Eu guardei em segurança todos
estes que o Senhor Me deu. Eu os guardei de tal maneira que nenhum se perdeu, a
não ser o filho do inferno como as Escrituras tinham predito. (Joã 17:6-12)
Então Jesus
disse: "Eu escolhi vocês doze; contudo, um é um diabo". (Joã 6:70)
Jesus estava próximo para cuidar, daqueles
que o Pai deu a ele. Jesus amou o mundo, mas ele não estava desenvolvendo
intimidade com o mundo, senão com os Doze que o Pai deu a ele.
A
responsabilidade de levantar alguém no Senhor requer que você esteja
intimamente envolvido no seu crescimento e desenvolvimento.
Paulo se referia a Timóteo como seu filho no
evangelho e realmente Paulo estava presente nos momentos mais importantes da
vida de Timóteo. Foi ele quem impôs as mãos sobre Timóteo separando-o para o
ministério; foi ele quem o levou de Listra e Derbe até Tessalônica e etc. Como
você vai ajudar alguém a buscar e realizar o seu chamado se não fizer nem ideia
de quem ele é?
O que acontece no modelo de igreja que temos
hoje é que os pastores não olham pela vida das ovelhas e sim pelas suas
próprias. Eles escolhem e preparam pessoas visando o seu próprio bem. Mas,
biblicamente falando, se você pastoreia alguém, você precisa saber quem ele é
no Senhor.
Obedeçam aos
seus líderes espirituais e estejam prontos a fazer o que eles disserem. Porque
o trabalho deles é velar sobre as almas de vocês, e Deus julgará se eles
fazem isto bem. Dêem-lhes motivo para prestarem contas de vocês ao Senhor
com alegria, e não com tristeza, pois neste caso vocês também sofrerão com
isto. (Heb 13:17)
Se você não
conhecer as pessoas que estão sob o seu cuidado será impossível para você, dar
a elas instruções de Deus.
Não é muito diferente de educar uma criança.
Quando o seu filho cresce, você não o ‘comanda’ mais como se fosse uma
criancinha. Então, você o direciona, o lembra quem ele é, lembra-lhe os seus
dons, seu chamado etc. Isso é o que um pastor faz. Não é diferente de ser um
pai. Um pai espiritual e um pai natural, no Senhor, praticamente se diferem em
nada.
Yeshua ia
passando por todas as cidades e povoados, ensinando nas sinagogas, proclamando
as boas-novas do Reino e curando todo tipo de doenças e fraquezas. Ao ver as multidões, teve compaixão delas,
porque estavam aflitas e desamparadas, como ovelhas sem pastor. Então
disse aos talmidim: “A colheita é farta, mas os trabalhadores são poucos. Orem
para que o Senhor da Colheita envie trabalhadores para a colheita”. Mattityahu
9:35-38
Nenhum comentário:
Postar um comentário